Um projeto de arquitetura nasce de visões de mundo, de valores e desejos. Também nasce de limitações, de urgências e de questões a serem resolvidas.
Foi assim com o JARDIM, empreendimento da IDEE projetado pelo Arquea Arquitetos: o projeto final, da seleção dos materiais à forma escolhida, é fruto de questionamentos, de folhas em branco, da busca pela sensação de liberdade e pela qualidade de vida.
Nesta breve entrevista, os sócios do Arquea contam sobre esse processo para o JARDIM.
“Foram muitos estudos descartados até chegarmos à conclusão de que, para entregar o máximo de conforto aos futuros moradores, seria preciso reduzir um pouco a área do empreendimento, ou seja, o número de unidades.”
Vocês já disseram que é importante, ao começar um projeto, olhar ao redor: para aquilo que é visível e para o que os olhos não veem. O que chamou a atenção de vocês nesse primeiro momento em relação ao que viria a ser o JARDIM?
Começar um projeto com muita liberdade é difícil, na verdade. Orientação solar, topografia, vista, perfil do cliente (o que os olhos não veem)… são condicionantes que ajudam a formar uma ideia. O jardim que dá nome ao projeto, aliás, não saiu dessa primeira ideia. Foram muitos esboços, maquetes e estudos descartados até chegarmos à conclusão de que, para entregar o máximo de conforto aos futuros moradores, seria preciso reduzir um pouco a área do empreendimento, ou seja, o número de unidades.
Como vocês explicam a sensação de liberdade que é tão marcante no JARDIM?
Le Corbusier nos ensina que quanto mais se concentra a edificação, mais espaço livre se cria: comprimir para descomprimir, adensar para libertar. Essa foi a solução trazida aqui: um bloco único de apartamentos e a criação desse grande jardim, dando qualidade a todas as unidades. Todas terão sol e vista para o MON ou para o novo jardim criado!
E como o projeto fluiu a partir dessa definição?
A gente acaba sendo uma equipe grande e muito colaborativa. Todo mundo participa do processo e acompanha tudo. Isso reflete muito o que é o nosso trabalho: colocar um esforço e ser um exercício incansável mesmo de fazer e refazer. A solução de criar um bloco único de apartamentos criou uma força tão grande projeto que deu nome a ele, guiou decisões como a circulação do edifício… As coisas começam a se encaixar naturalmente e o projeto começa a ter a sua personalidade. Os projetos têm que ter esse porquê ele veio ao mundo.