Conheça as inspirações por trás de CASA NOMAA, assinado por Arquea Arquitetos
28 novembro 2024 | ARQUITETURA
Viver o mundo, mas saber que poucas coisas são tão boas quanto voltar para casa. Para concretizar essa sensação, que está no cerne de CASA NOMAA, lançamento da IDEE no Ecoville, o Arquea Arquitetos traz sua já reconhecida assinatura: mais do que um estilo a marcar seus projetos, a busca por múltiplas perspectivas caracteriza o trabalho do premiado escritório curitibano, eleito um dos 25 melhores do Brasil pela plataforma especializada Archello.
É sobre essas diferentes perspectivas e inspirações que os sócios do Arquea Arquitetos – Bernardo Richter, Fernando Lacerda, Helena Engelhardt, Pedro Amin e Priscila Vicentim – falam a seguir, mostrando como surge um projeto atemporal, como um edifício pode inspirar calma e elegância, e como se materializa a sensação de voltar para casa.
Durante o processo de projeto, já tínhamos a clareza de que queríamos as repetições de laje que marcam cada andar. Então, começamos a olhar o trabalho do artista minimalista Donald Judd (1928-1994). Ele tinha uma série de esculturas que pareciam prateleiras, as stacks, e questionava a ideia de serialidade, repetição, e originalidade. Judd repetia essas formas, às vezes dando a sensação de ser a mesma coisa, mas não era.
Obra de Donald Judd, 1980. (Reprodução: Tate)
No CASA NOMAA, essa repetição é um elogio à escala humana: é a sobreposição de espaços de viver entre uma marcação horizontal, pura e simples, que se repete. Portanto, uma arquitetura que é em si a própria função e que, como o trabalho de Judd, cria uma certa tensão em termos de originalidade por meio da repetição.
Arquitetura mexicana contemporânea: atmosferas
A gente sempre gostou da arquitetura mexicana pela simplicidade, pela clareza de como é feita, dos materiais, de usar o necessário. E fazer uma arquitetura simples, digamos, no sentido estrutural também. Mais do que isso, é uma atmosfera que nos agrada. Falar de atmosfera é um pouco complexo, mas seria basicamente a relação entre ser humano, obra construída, luz, sombra, transição entre o construído e o natural.
Casa Mirante, por Manuel Cervantes, via ArchDaily
A gente sempre gostou da arquitetura mexicana pela simplicidade, pela clareza de como é feita, dos materiais, de usar o necessário. E fazer uma arquitetura simples, digamos, no sentido estrutural também. Mais do que isso, é uma atmosfera que nos agrada. Falar de atmosfera é um pouco complexo, mas seria basicamente a relação entre ser humano, obra construída, luz, sombra, transição entre o construído e o natural.
Hall de entrada de CASA NOMAA (imagem: Möbius)
Notérreo do CASA NOMAA e em alguns aspectos do hall, trabalhamos um ritmo bem claro: uma galeria quadrada, simples, que faz uma interface honesta entre o construído e a parte natural, do paisagismo. A estrutura do térreo em vidro, “solta”, aberta para a fachada do prédio, cria essa interface de luz e sombra entre dentro e fora, evocando uma transição mais tênue entre os espaços.
Esses espaços de transição são onde, digamos, a arquitetura acontece. É como uma varanda, em que parece que se está dentro, protegido, mas também se tem uma relação muito íntima com o externo. Ou, ao contrário, você está fora, mas consegue enxergar o que está dentro.
Arquitetura vernacular
Fotografias de Nego Miranda mostram a arquitetura feita em madeira nos séculos 19 e 20 no Paraná (reprodução)
A arquitetura local, relacionada ao contexto e à história da nossa região, é bem importante para nós e está bastante presente no CASA NOMAA. O livro de fotos “Paraná de madeira”, de Nego Miranda e Maria Cristina Wolff de Carvalho, representa bem essa arquitetura com muita madeira, com aquelas tábuas de mata junta.
Fachada de CASA NOMAA dialoga e atualiza elementos da arquitetura no Paraná (imagem: Möbius)
Essa arquitetura surge na fachada do prédio, entre as lajes, por meio de uma chapa metálica que desenvolvemos junto a um fornecedor. Ainda que não seja madeira (por questão de durabilidade e segurança), a chapa, com sua modulação, remete à atmosfera das casas dos imigrantes da nossa região.
Palácio Capanema: arquitetura e artes plásticas
Palácio Capanema, via ArchDaily
Assinado por nomes como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e com orientação de Le Corbusier, o edifício no Rio de Janeiro, tombado pelo Iphan em 1948, é um marco da arquitetura modernista no Brasil. E uma importante referência da integração entre arquitetura e artes plásticas, com diversos quadros, mosaicos, painéis e esculturas, feitos por, entre outros, Candido Portinari.
Piscina coberta de CASA NOMAA, com mural de Rômulo Lass (imagem: Möbius)
Especialmente o térreo do CASA NOMAA tem muito do Palácio Capanema: os espaços amplos, livres, a relação com o paisagismo e com as obras de arte para além do decorativo, a fachada livre…
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Autor
Yasmin Taketani
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