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      EDITORIAL

      Detalhes da série Fotoplanopinturas-Flores de Tony Camargo

      23  julho  2024 | ARTE

      Nascido em 1979, em Paula Freitas, Paraná e formado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Tony Camargo desenvolveu uma trajetória notável nas artes visuais, combinando técnicas de pintura e fotografia.

      Residente em Curitiba, ele continua a explorar novos meios e conceitos, especialmente através de suas séries, como “Fotoplanopinturas-Flores” — obra integrante da Galeria IDEE. Nesta conversa, tivemos a oportunidade de nos aprofundarmos no pensamento por trás das obras.

      Como são feitos os trabalhos da série “Fotoplanopinturas-Flores”?

      Desenvolvo há alguns anos estes trabalhos, conjugando pintura com fotografia, em um processo que se inicia com a captura fotográfica de bolas de natal e esferas de vidro pintadas internamente. Depois que o projeto da peça é realizado digitalmente, há um rigoroso e extenso processo de confecção da obra, envolvendo impressão em canvas, cortes industriais e marcenaria. Com o chassi e a impressão prontos, faço todo o restante do trabalho no ateliê: o pôster, a laminação com verniz, a textura e a pintura da textura.

       

      Qual o sentido destes trabalhos? Eles podem ser compreendidos como pintura? 

      Até certo ponto sim, na medida em que são, como quadros, objetos que ocorrem em superfície bidimensional, mas eles agem numa espécie de linguagem expandida para além dos seus limites tradicionais específicos, algo que se dá num sustentáculo geométrico isolado e sedutoramente “disfarçado” de pintura, onde apenas o novo é fator formal preponderante. Eles não possuem propriamente um sentido, mas são aparelhos que podem expor a natureza do embuste explícito e oculto na visualidade comunicativa contemporânea, algo aplicado através dos mecanismos da mídia de uma forma geral, e com isso acabam indicando como análise a própria vida que levamos no mundo atual de forma dubiamente real e fictícia, numa época onde a pós-verdade, por via de regra, é usada como ferramenta comum e molda os hábitos de todos.

      Qual a razão das áreas com textura nas obras dessa série?

      Para fazer essa “não-pintura”, fotografo uma esfera de vidro cuja superfície, através do reflexo espelhado, propicia uma imagem interna, uma narrativa que depois pode ser acoplada como uma “bolha” dentro desse aparelho onde a fotografia da bola é recortada em sua própria forma gráfica, fazendo com que ocorra como efeito uma espécie de projeção tridimensional da esfera. As superfícies texturizadas evidenciam o plano e prendem essas “pétalas” virtuais no mundo real, no palpável, e creio que assim, a presença pictórica, o acontecimento, que é algo estrutural e indispensável na linguagem da pintura, passa a ser assuntado de forma despretensiosa mas atualizada, onde o gesto é industrial e reeditável, neutro, e não-heróico, o que para mim, como artista científico e amante da pintura, é muito interessante. 

      Acompanhe o trabalho de Tony Camargo: instagram @tonypeterhanscamargo

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      Autor
      Yasmin Taketani
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